segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Lei Seca: Brasil promove-se ao primeiro mundo por veleidade do Congresso:

Na Ditadura Militar o inimigo tinha identidade e endereço conhecidos, hoje ele se esconde no Estado de Direito: um ente abstrato e míope que vislumbra o "bem geral"; ou: o "politicamente correto".
A máxima do velho coronel Jarbas Passarinho, acreano e ministro de três governos militares, continua valendo: "O que é bom para os Estados Unidos é bom para o Brasil".
A Lei Seca, na marra, minimizará sinistros no trânsito, mas seus efeitos colaterais na economia brasileira e no precário sistema judiciário, entre muitos outros, estão por vir.
Quem comprará um novo automóvel consciente de que dirigí-lo dependerá de um reles copo de cerveja?
Quantos de nós penaremos pelas delegacias e tribunais porque jantamos entre uma taça de vinho e outra?
Deixar de ser réu primário por uma tolice é o contrasenso da Lei Seca, que do modo anterior não fora aplicada com o rigor devido.
Por enquando é moda que os meios de comunicação dêem a cobertura que inibe a corrupção.
Brevemente essa aberrada regra será o caixa 02 daqueles que a farão cumprir — com toda a prepotência dos regimes de exceção.
É como se o Congresso Nacional passasse um cheque em branco à merenda dos cambistas que negociam os ingressos do Circo Brasil.
Em um país com mais oportunidades e menos infortúnios beber-se-ia muito menos.
Um transporte público digno tiraria significativamente automóveis de circulação tanto em cidades quanto em estradas: dirigir não é uma paixão brasileira, é uma necessidade imperiosa em todo o território nacional, que não é coberto sequer por razoáveis rodovias — vide os "rebites" que "ligam" os caminhoneiros para enfrentá-las.
Os deputados e senadores da República concluíram que a anfetamina das balas e doces (êxtase, microponto, LSD de araque, etc.) e o tetrahydrocannabinol dos contemplativos (maconha, haxixe, etc.) são menos nocivos à direção de carros que o álcool etílico.
Por que a Lei Seca não foi matéria de Referendo Popular como ocorreu com o Desarmamento?
Beber e dirigir será um direito exclusivo dos que decoraram aforismos no latim arcaico?
Aliás, a ditadura do "Estado de Direito" tem toda a sua ideologia tabulada nessa língua morta.
Todo esse escarcéu é um péssimo trago goela abaixo do cidadão comum.

http://br.youtube.com/watch?v=YHLTS60o4yM

Cabe uma emenda sensata à Lei Seca "somente em caso de sinistro com vítimas o condutor será submetido ao exame de dosagem alcoólica sanguínea tendo o resultado que ser anexado ao inquerito policial..." Quem garantirá a veracidade do teste de um bafômetro passível de defeitos e adulterações? A não ser que você possua o seu próprio etilômetro para provar que está sóbrio e ele seja aceito pela autoridade policial — preferencialmente sem o dicromato de potássio. Do modo despótico como se comportam os guardas, quem dá fiança de que uma guarnição não arme uma arapuca aos mais exaltados, afinal, o poder nas mãos deles está.

A compra superfaturada dos bafômetros é algo que também baila pela Internet, mas não temos dados confiáveis para aqui discutir.

Existem atitudes que reduziriam acidentes, mas dão mais trabalho que montar uma Blitzkrieg (ao modo nazista) e garantir um troco: mapear e sinalizar presencialmente áreas de riscos nas estradas; controlar o tráfego de bibicletas, carroças e sucatas nas cidades; fiscalizar a execução dos reparos na totalidade das vias públicas municipais, estaduais e federais; fazer cumprir o Código de Trânsito Brasileiro no quesito segurança do veículo; tornar o acostamento imprescindível em todas as estradas do Brasil; eliminar lombadas, substituindo-as por radar; et cetera.

O certo é que há bêbados de vários naipes e índoles: no vídeo há um espirituoso (literalmente). Do outro lado há policiais muito mal preparados e remunerados a espera de uma oportunidade para tirar o pé da lama. A Lei Seca é igual para todos e todos somos bastante distintos.

Data veniã: consensus omnium: pro Brasilia fiant eximia!

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