terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Blog: democracia e pluralidade virtuais.

Algumas pessoas olham atravessado à “febre” dos blogs. Dizem até que é “vaidade excessiva de 'pseudo-autores' que, na maioria das vezes, querem ‘aparecer’ no mundo virtual e, por conseguinte, no mundo real”.
Essa assertiva veio na opinião de um profissional de comunicação social — um jornalista acadêmico de uma universidade. Pode ter um fundo de verdade em alguns casos, mas, na maioria deles, não se aplica ao frisson e responsabilidade da era da mídia pessoal. O mercado de trabalho já exige essa “destreza 'blogática'” dos jovens que todos os dias procuram uma ocupação remunerada para melhor gerir suas vidas — fugindo da subordinação financeira aos pais, exercitando o que mais gostam.
A Folha de São Paulo, no dia 19 de janeiro de 2009, com colaboração de Marina Fuentes, publicou “Blogs obrigatórios”*. Nele a jornalista afirma que os blogs deixaram de ser meros diários e passaram a figurar como estratégia empresarial de marketing. A idéia do “Blog content” é aproveitar conteúdos já estabelecidos na Internet e correlacioná-los à venda dos produtos e/ou serviços de uma empresa — esse é o mote da reportagem abaixo transcrita integralmente.
Construir um blog é tarefa banal: basta procurar no Google “como fazer um blog?” que você terá diversos sites e mesmo blogs mostrando as infalíveis receitas.
Um blog é bem mais fácil de criar que um site (a tradicional página ou homepage que carece da posse por meio de pagamento), contudo, não sabemos o futuro da Internet e, até quando, teremos essa útil ferramenta “de grátis” — afinal, todos estamos "fazendo filhos na barriga da mulher alheia".
Os blogs falam de tudo, não há limite ao uso desses canais contemporâneos de comunicação que podem veicular textos, fotografias, filmes, downloads, links, etc. Toda a sorte de inovações que a Rede Mundial de Computadores disponibiliza a cada dia para tornar a vida dos internautas mais agradável e sua interface mais corriqueira e dinâmica.
Se alguém se aventurar a editor e “linkar” em seu blog vários outros, ordenando-os por assunto, terá um jornal eletrônico sem nenhum esforço — a labuta é de quem pesquisa prazerosamente e publica seus achados.
Os sites de relacionamento perdem a força diante dos blogs: o Orkut, infestado por vírus e scraps maliciosos, sucumbirá à força dessas “páginas pessoais” que propiciam um certo “status” aos seus autores: blogueiros — não será um qualquer que manterá um site ou blog atualizados com conteúdo razoável e freqüência regular.
Remuneração justa ajuda muito, mas competência atrelada ao gozo particular ainda é a "via de regra".
Blog não é uma exclusividade dos jovens, é uma atividade para todas as idades e faz com que o conflito de gerações se arrefeça pelo conhecimento das opiniões distintas — é a convivência com a diversidade, com a pluralidade dos princípios dos outros.
São eles bons instrumentos didáticos que podem servir aos professores e alunos em qualquer tempo do processo ensino/aprendizagem. Há professores que ainda são avessos às investigações na Internet e preferem que a base de um estudo se dê na tradicional biblioteca. Caretice passageira: esses "conteúdos" dos livros são cada vez mais presentes, inclusive nos blogs; tanto por citação, quanto por digitalização da fonte. As pessoas querem trocar verdades — é tarefa boba separar o joio do trigo na Web, inclusive com o auxílio das velhas brochuras.
Abra imediatamente o seu blog: se não puder alçar carreira solo, associe-se ao seu netinho ou vovozinha!

Diversidade de conteúdo sob o prisma das diferentes gerações que postam em blogs:

Blog do Nikollas Ramos: especializado em Carros Antigos.

Blog do jornalista (e ex-governador do Pará) Hélio Gueiros, aos 83 anos.

Domínio de uma jovem estudante de jornalismo em Santo André/SP: Olhômetro: Blog de Ana Freitas.

"FOLHA DE SÃO PAULO – 19/01/2009
carreira
Blogs obrigatórios*
Empresas de comunicação passam a considerar os diários pessoais on-line um fator decisivo na hora de contratar tanto já formados quanto estagiários
MARINA FUENTES COLABORAÇÃO PARA A FOLHA
Aquela ideia de que blogs são espaços democráticos onde cada um escreve o que bem entende está cada vez mais distante. As ferramentas de publicação não só são analisadas durante um processo de seleção para estágio ou trabalho como também são obrigatórias. Pelo menos quando se trata do mercado de comunicação, literatura e arte. Claudia Royo, 22, estudou jornalismo mas quer mesmo é trabalhar com moda. Ela participou de entrevistas para trabalhar em uma agência de conteúdo e foi surpreendida quando recebeu a ligação de volta. 'Você vai ter que criar um blog', disse a profissional que ia contratá-la. Claudia seria chamada como integrante de um projeto de 'blog content' (leia ao lado) para cobrir a São Paulo Fashion Week. Um dos patrocinadores do evento teria um site reunindo posts de vários blogueiros convidados que comentariam bastidores e desfiles — e receberiam por isso. Mesmo com o projeto não vingando — a empresa não ia mais patrocinar a SPFW —, Claudia resolveu continuar com a missão de criar um blog. 'Percebi como seria importante para conseguir outras oportunidades como essa', disse ela. E é verdade, já que o caso de Claudia foi exceção. Atualmente agências contatam cada vez mais estagiários através de seus blogs. Jeff Paiva, diretor de social media da Agência Click, explica por que a ferramenta é fundamental na contratação: 'Você já consegue avaliar o texto da pessoa, como ela desenvolve ideias, de quais temas ela gosta e como ela reage a algumas situações, como a críticas e a ataques nos comentários', conta ele, que diz que o blog é uma mistura de currículo com dinâmica de grupo. 'A pessoa mostra como realmente é.' Para Paula Guedes, coordenadora de conteúdo da agência de mídia interativa Garage, a existência de um blog ajuda na primeira triagem de candidatos a um estágio. 'Dá para avaliar se ele escreve bem e como transita no meio de que gosta. Além disso, blogueiros são pesquisadores de novas ferramentas.' Além de mostrar interesses, criatividade e um bom português, os blogs também revelam nomes que muitas vezes têm uma enorme popularidade na blogsfera. Foi assim com Lia Camargo, 25, que se formou em produção editorial e conseguiu vários trabalhos pelo seu blog (www.justlia.com.br). 'Criei há nove anos, para falar de assuntos de meninas, e ele começou a fazer bastante sucesso', conta. Mas Lia foi esperta na divulgação: criou páginas em todas as ferramentas de comunidades, todas com link para o blog. Em uma delas, a Game TV, criou um blog só de games. 'Os editores do site viram um blog customizado de uma menina falando sobre games e me chamaram para trabalhar lá. Fiquei um ano.'
Com um blog fazendo o papel de currículo e de experiência de trabalho, muita gente que nunca trabalhou oficialmente é considerada especialista. É o caso do gaúcho Julio Câmara, 15, que há dois anos criou um blog de variedades que, aos poucos, foi se especializando em tecnologia. Quando viu que tinha muitos leitores, resolveu criar o TecnoZilla (http://tecnozilla.info). 'Minha idéia nem era transformar o blog em trabalho, mas sou fissurado em tecnologia e fui ganhando fama na blogsfera, era chamado para podcasts, mencionado em outros blogs...' O TecnoZilla chamou a atenção de agências. Mas, quando foi chamado para cobrir uma feira de tecnologia, Julio bateu de frente com uma dificuldade: a idade. 'Não poderiam contratar menor de 18 anos', lamenta ele, que agora é blogueiro da Insite (blog.insite.com.br), no qual dá dicas para criar blogs. Ainda mais novo, Gabriel Naressi, 12, criou no ano passado o blog de humor mundotosco.com.br. 'Como o acesso estava aumentando muito, comprei um domínio, fiz um template e parcerias com outros sites para troca de banners', conta. Recentemente, Gabriel foi incluído por uma agencia em uma lista de blogueiros com potencial para escrever publieditoriais (textos pagos sobre uma marca ou um produto específico) em seu blog. Ainda não foi escalado, mas sabe do potencial que tem: 'Dá para viver disso', espera.
Entenda o que significa 'blog content'
Para entender melhor por que uma empresa pagaria pelo conteúdo de um blog pessoal, vale dizer que o principal motivo é que é um ótimo negócio. Imagine o seguinte: você tem um blog sobre um assunto que ama, como carros, e pesquisa e escreve com frequência sobre o tema. Além disso, tem uma vasta rede de contatos que lotam seus comentários, é mencionado em outros blogs e participa ativamente de comunidades. Pronto, você é popular e já tem um 'ramo' na blogsfera. Agora, se uma montadora quer fazer um blog para se aproximar do consumidor final, ela pode contratar uma agência, que vai contratar um jornalista especializado e, depois, vai divulgar o site para que ele tenha visibilidade. Que pode dar certo, ou não. Mas, se o seu blog já tem leitores cativos, basta que eles te chamem, você põe um link no seu blog no estilo 'mudei de endereço e agora estou escrevendo no site tal' e está feito. Isso é chamado 'blog content' e já existem até pessoas cuidando especificamente disso dentro de agências. Sim, porque é muito vantajoso: a empresa que quer fazer a ação e a agência já sabem como é o seu texto, que seu blog já tem leitores, que você tem moral na web e que já tem material para saber se quer associar a marca a você. Além de evitar surpresas, contratar blogueiros é opção econômica. Como a maioria escreve sobre uma paixão, quando surge alguém querendo pagar pelos textos que já seriam publicados, qualquer valor parece vantajoso. Muitas vezes escrever para uma empresa significa ter novas regras, como não criticar ninguém e não falar sobre sexo, por exemplo. Por isso pense bem se a grana vale sua liberdade perdida. (MF)" (Recorte de Stella Pessôa. enviado por e-mail)

TecnoZilla criado por um "garoto" fissurado em tecnologia, hoje ele também ensina como criar blogs.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Youtube: falência anunciada!

Pelo visto a Warner Music Group está fodendo a vida do YouTube - Broadcast Yourself., aliás: fodendo a vida daqueles que necessitam veicular imagens de utilidade pública com um mínimo de atrativo: o áudio agradável.
Pode-se dizer que a era do “Cinema Mudo” está de volta.
Vários de nossos videoclipes (caseiros e sem nenhum fim comercial) tiveram suas músicas apagadas por pertencerem a WMG ou por ele (grupo) licenciadas.
Caso a Sony Music Entertainment, a EMI e a Universal sigam os passos da Warner, esse cartel tácito do mal, infinitamente superior ao de Medellín, causará danos irreparáveis à felicidade na Rede Mundial de Computadores.
Se Direitos Autorais existem — pelo visto somente para os poderosos americanos — devem ser respeitados, contudo, que o Youtube arque com essas obrigações financeiras, já que sua sobrevivência, de algum modo, depende da liberação dessas "trilhas sonoras".
Linkar um vídeo sem áudio a uma página ou blog ou simplesmente acessar um site que veicula imagens silenciosas será uma MERDA. Ninguém fará isso e a função do Youtube se extinguirá em breve: uma falência prenunciada.
E os Direitos Autorais dos anônimos espalhados pelo mundo? As imagens que alimentam a audiência do Youtube e sua conseqüente sobrevivência econômica têm o mesmíssimo peso — e em muitos casos é bem maior — porque além da exclusividade elas podem ser capturadas em qualquer canto do planeta por qualquer equipamento banal de registro: celulares, webcans, câmeras de segurança, etc. Ou seja: o Youtube tem “correspondentes jornalísticos” em todos os rincões mais longínquos da terra sem pagar um centavo por essa ação diligente e voluntária.
Se a Internet veio para nos viciar e agora pretende cobrar caro pela droga, ela que vá às favas porque é apenas mais um consumo tolo que pode tornar-se reverso com sua autocriminalização.
E nem adianta tentar burlá-los: a caça é inteligente e eficaz. Tentamos postar um vídeo sonorizado por “Country Feedback” do REM: foi barrado. Em novo upload modificamos o nome do arquivo de música para “Cabeça de Porco” e; do mesmo jeito, detectada fora a propriedade da (marca) Warner.
Dos 101 videoclipes postados no canal Baia1990 do Youtube, não temos a menor idéia de quantos perderão o áudio por esse imbróglio de titãs.
(Nem de quantos outros, não mais arquivados em hd's, desaparecerão do site Youtube por igual motivo.)
As músicas que acompanham os nossos registros visuais vieram da própria Web: Radio Paradise - Commercial Free Internet Radio - Online Radio ... quando o acesso era free. Guardamos pelo menos 300 horas da melhor programação da Radio Paradise: mais uma prole do capitalismo virtual intratável.
Se os sons originais não forem restabelecidos, foram horas e horas de trabalho jogado no lixo, esforço esse que não será "atenuado" pelos e-mails picarescos do Youtube:
“Prezado(a) Baia1990,
Seu vídeo, Exercícios com Figura Humana - FAU/UFPA., pode ter conteúdo que é de propriedade ou licenciado por WMG.
Você não precisa fazer nada. No entanto, se desejar saber como seu vídeo será afetado, consulte a seção Correspondências de ID de conteúdo da sua conta para obter mais informações.
Sincerely,- Equipe do YouTube”
(Já recebemos mais de vinte e-mails iguais a esse!)
Só nos resta dizer, com muito pesar a nós mesmos: YOUTUBE e WARNER: VÃO TOMAR NO OLHO DO CU!

A volta do "Cinema Mudo": retrocesso na Web do capitalismo virtual ou mais um terrorismo financeiro da biliardária indústria fonográfica norte americana? Foda-se: uma salva de palmas aos piratas!

Campanha Nacional.

International Campaign.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

World Social Forum 2009 — 7 dias antes da abertura.

Registro de imagens às proximidades e no interior do Campus Universitário do Guamá, local onde a maioria das atividades do Fórum Social Mundial ocorrerão.
As fimagens e fotografias foram feitas entre 10:30 e 12:00 horas do dia 20 de janeiro de 2009, sete dias antes do início desse encontro internacional na capital paraense.
Duas postagens passadas:
World Social Forum 2009 — Belém/Pará/Brazil. e World Social Forum 2009 — estruturas efêmeras são montadas na UFPA. trataram deste mesmo assunto.
Como já havíamos dito em
World Social Forum 2009 — Belém/Pará/Brazil., a Avenida Perimetral só foi duplicada entre o Terminal de Ônibus e o portão de entrada próximo ao Ginásio de Esportes da Universidade Federal do Pará — o alargamento entre a Augusto Corrêa e o portão do Ginásio fora feito na administração Edmilson Rodrigues.
Esse acesso terrestre à Federal foi recapeado, sinalizado e as lombadas retiradas, contudo, é uma via de mão dupla que cruza um bairro populoso habitado por moradores de pouca instrução com conseqüente falta de percepção às circunstâncias nefastas.
O intervalo entre o portão do hospital Bettina e o Terminal de Ônibus da UFPA é o mais perigoso. As casas nessa área de invasão são fronteiriças às margens da pista de rodagem. O risco de atropelamento é alto porque não há acostamento nem calçamento nesse trecho. Aliás, acostamento e calçamento inexistem em toda a extensão da Avenida Perimetral, uma VIA MARGINAL — não porque margeia a Cidade, mas por estar fora-da-lei.


http://br.youtube.com/watch?v=p4mZh6SIdD8 (em melhor resolução)


http://br.youtube.com/watch?v=p1JxkBbGdhE

Imagem ampliável por clique.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Belém do Pará: 1943 e 1957 — detalhes fundamentais.

Quando esmiuçamos as imagens da LIFE/GOOGLE (http://images.google.com/hosted/life) algumas hesitações se dissipam e outras novas surgem: "diversão" garantida pela "investigação".
Com a utilização do velho Printkey — programinha que fotografa o conteúdo da tela do monitor — ampliamos e tratamos algumas janelas (detalhes) imprescindíveis ao entendimento das duas últimas postagens, ambas focadas nas imagens da revista LIFE dos anos 1943 (Memória visual de Belém — arquivos da LIFE — 1943.) e 1957 (Belém do Pará: LIFE — abril de 1957.),em que Belém do Pará conseguiu "destaque" internacional pelo 2º Ciclo da Borracha e pela peculiaridade dos ônibus "zepelins", respectivamente.
Optamos por uma postagem isolada e não pelo postscriptum habitual porque o Blogger ainda não resolveu um problema técnico que persegue a vida dos blogueiros: anexar fotografias em posts já editados. Esse procedimento bagunça de tal modo a diagramação da página que...mexer no que já esteja pronto é deveras temerário.


1943: automóveis nas docas do Pará.


1943: o fluxo de carregamento e descarregamento de navios nas docas do Pará é o indicador do 2º Ciclo da Borracha, patrocinado pelas necessidades bélicas dos Estados Unidos.

1943: demonstração de que a locomotiva não estava em movimento: o pedestre com criança conversa com funcionário do trem. O fotógrafo da LIFE, Thomas D. Mcavoy, deve ter solicitado ao maquinista tal parada para o registro.

1943: a logo PANAIR do BRASIL S. A. presente nos hidroaviões de modelos distintos.

1957: possibilidade da existência de um posto de combustível com bandeira ATLANTIC no Ver-o-peso. No detalhe ampliado da foto da LIFE verificamos a cobertura do "clipper" ou posto de combustível: novas incertezas que podem ser esclarecidas, de preferência, com a ajuda dos internautas.

1957: o "dirigível" da Trinfo transportava passageiros, não estava "aparentemente vazio" como acreditávamos.

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Memória visual de Belém — arquivos da LIFE — 1943.

Em continuação ao raciocínio da postagem anterior que dizia haver no LIFE/GOOGLE (http://images.google.com/hosted/life) 12 imagens de Belém do Pará, das quais 3 (+1) foram utilizadas na discussão sobre os ônibus “dirigíveis”, ou “zepelins”, que transitavam por Belém na década de 1950, postaremos as 8 restantes com seus referidos links.
As oito fotografias que ilustram este post, são de Thomas D. Mcavoy e foram tiradas no ano de 1943, período da II Guerra Mundial (1939/1945) e do 2º Ciclo da Borracha (1942/1945).
Entendamos que as imagem foram produzidas por uma revista norte americana e que nenhuma preocupação havia no registro exato dos lugares, era somente ilustração informativa genérica dirigida ao público estadunidense — compradores da nossa borracha por necessidades bélicas.
O hidroavião amerrissou em que lugar da Cidade? No rio Guamá? Ou na baía de Guajará?
Supomos que na baía do Guajará, próximo às docas, onde hoje é o Ver-o-rio.
É o mesmo hidroavião visto em ângulos diferentes? Não, parecem modelos distintos. Ou, de modo peremptório: o primeiro é do modelo X e o segundo do Y (não entendemos de avião, aliás, de nada!).
E a barcaça? Está no mesmo porto? A paisagem se assemelha, mas...não há certeza.
Onde se localizava o estaleiro? Próximo às docas?
E a locomotiva? Em que altura da ferrovia se encontrava? Estava em movimento ou parada para a foto? Há pessoas no chão que parecem conversar com alguém do trêm...ou não?
Seria interessante que os leitores confrontassem esses registros visuais com seus álbuns de família, muitas vezes há coincidência de pontos de vista que elucidam dúvidas.
Vamos abraçar a causa de tornar públicas as nossas fotos particulares que mostram a Cidade ao fundo.
Depoimentos de pessoas que presenciaram os acontecimentos fazem com que se veja melhor essas imagens, pelo menos, descartando as impossibilidades. "Não é lá por isso (justificado, claro!)!..." Quem hoje tem 80 anos, estava com 14 em 1943, ou seja, tem lembranças do cenário que observa: ponha seu avô ou sua avó na frente do computador! SÓ TOME CUIDADO PARA QUE ELES NÃO VIAJEM DEMAIS NA LOMBRA DO PASSADO!

Navio aguardando descarga de suprimentos nas docas de Belém:
(
http://images.google.com/hosted/life/l?imgurl=42446283fd8bff68&q=Belem,%20Brazil,%201943%20source:life&prev=/images%3Fq%3DBelem,%2BBrazil,%2B1943%2Bsource:life%26hl%3Dpt-BR)

Descarregamento de barcaça com látex nativo vindo pelos rios da região:
(http://images.google.com/hosted/life/l?imgurl=083038dafde94b10&q=Belem,%20Brazil,%20source:life&prev=/images%3Fq%3DBelem,%2BBrazil,%2Bsource:life%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG)

Homens empilhando em armazém sacas de alimentos que serão vendidas abaixo do preço:

(http://images.google.com/hosted/life/l?imgurl=11db437a308f85d3&q=Belem,%20Brazil,%201943%20source:life&prev=/images%3Fq%3DBelem,%2BBrazil,%2B1943%2Bsource:life%26hl%3Dpt-BR)

Hidroavião da PANAIR do BRASL S.A. vindo de Manaus com um passageiro e 25 fardos de látex:
(
http://images.google.com/hosted/life/l?imgurl=79ab1fe0d831b990&q=Belem,%20Brazil,%20source:life&prev=/images%3Fq%3DBelem,%2BBrazil,%2Bsource:life%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG)

Descarregamento de látex de um hidroavião da PANAIR:
(
http://images.google.com/hosted/life/l?imgurl=396e78a9bca4e04c&q=Belem,%20Brazil,%20source:life&prev=/images%3Fq%3DBelem,%2BBrazil,%2Bsource:life%26hl%3Dpt-BR%26sa%3DG)

Barcaça de 750 toneladas descarregando óleo diesel e 4000 sacas de farinha:
(
http://images.google.com/hosted/life/l?imgurl=cd3688c4b4cc0f92&q=Belem,%20Brazil%20source:life&prev=/images%3Fq%3DBelem,%2BBrazil%2Bsource:life%26hl%3Dpt-BR)

Construção de uma embarcação em estaleiro:
(
http://images.google.com/hosted/life/l?imgurl=fb2c16e4c56001bd&q=Belem,%20Brazil%20source:life&prev=/images%3Fq%3DBelem,%2BBrazil%2Bsource:life%26hl%3Dpt-BR)

Um trem apitando através da selva, em sua viagem de ida e volta semanal:(http://images.google.com/hosted/life/l?imgurl=63f7bc0b1b6a0dd9&q=Belem,%20Brazil%20source:life&prev=/images%3Fq%3DBelem,%2BBrazil%2Bsource:life%26hl%3Dpt-BR)

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Belém do Pará: LIFE — abril de 1957.

Em dezembro do ano passado fizemos duas postagens motivados por e-mails recebidos:
1.
Belém do Pará: curiosos ônibus da década de 1950.
2. Jaime Bibas e os ônibus-zepelins de Belém do Pará.
As duas trataram dos ônibus com formato de dirigíveis, ou zepelins, que circularam em Belém na década de 1950.
O Blog dos Carros Antigos, que tem foco em automotivos do passado, complementou uma postagem sua:
Viação Triunfo, Belém do Pará, 1957,
aproveitando as fotos e parte do texto que o Jaime Bibas nos enviou. Do mesmo modo que nos beneficiou com uma foto exclusiva lá postada, citando o Museu Virtual do Transporte Urbano.
O Nikollas Ramos, gerenciador do Carros Antigos, digitalizou o seu exemplar do jornal carioca O GLOBO de 10 de dezembro de 2008 para que ampliássemos nossas ilustrações a partir da
Viação Triunfo e os ônibus Zeppelin do Pará.

Página inteira de O GLOBO, ampliável, digitalizada pelo Nik do Carros Antigos.

Fotografia digitalizada em pormenor pelo Nikollas: ampliável para melhor visualização.

Caçar imagens para um acervo visual público nos excita. O mundo é menos chato quando se tem figurinhas para colecionar e trocar. Por isso fomos atrás do acervo fotográfico da revista americana LIFE — concitador da curiosidade por esse passado da Belém dos zepelins.
Encontramos a tão sonhada “mina”:
http://images.google.com/hosted/life, mas o garimpo deu-nos poucas e nanicas pepitas do ano de 1957, que aqui postaremos com os seus respectivos links:

Locomotiva na Estaçao Ferroviária do Entroncamento.

Link para acesso direto à LIFE:

(http://images.google.com/hosted/life/l?imgurl=e3d349ea790947d1&q=Bel%C3%A9m%20Brazil%201957%20source:life&prev=/images%3Fq%3DBel%25C3%25A9m%2BBrazil%2B1957%2Bsource:life%26hl%3Dpt-BR)

Chegada das canoas no Ver-o-peso.


Link de acesso direto à LIFE:

(http://images.google.com/hosted/life/l?imgurl=715e8fc53614afc3&q=Bel%C3%A9m%20Brazil%201957%20source:life&prev=/images%3Fq%3DBel%25C3%25A9m%2BBrazil%2B1957%2Bsource:life%26hl%3Dpt-BR)

Um "zepelim" trafegando pela molhada São Jerônimo esquina com Alcindo Cacela.

Link de acesso direto à LIFE:

(http://images.google.com/hosted/life/l?imgurl=65defeb33de9baee&q=Bel%C3%A9m%20Brazil%201957%20source:life&prev=/images%3Fq%3DBel%25C3%25A9m%2BBrazil%2B1957%2Bsource:life%26hl%3Dpt-BR)

Tudo OK até agora? É possível seguir nossos passos?
Se pesquisarmos na LIFE “Belem, Brazil, 1957” só haverá as três ocorrências aqui postadas, todas creditadas a Dmitri Kessel*, no mesmo mês de abril, típico de chuvas; o que nos faz crer que: o mesmo fotógrafo registrou as imagens freqüentemente divulgadas na Internet, sempre, e apenas, da viação Triunfo. As da viação Sul Americana, publicadas no livro Cidade Transitiva de Armando Mendes (acervo de Carlos Rocque); supõe-se: foram feitas por outro retratista, em época e circunstâncias distintas. Senão vejamos:
A descrição da LIFE para o primeiro cromo, em tradução livre, poderia ser “queimando lenha na Estação de Belém para pegar o trilho da Belém-Bragança”. Confiável, não?
A da segunda foto, também em tradução livre, “um bando de veleiros no porto de Belém”, no caso o imediatamente reconhecível: Ver-o-peso. Sem problemas, certo?.
Já a legenda do “zepelim”, apesar de suscitar poucas dúvidas na tradução, nos deixa três perguntas para fazer à frase “o único dirigível da ‘viação Triunfo’ funcionando em Belém”: Era o único da Triunfo naquele dia em especial? Era o único do modelo dirigível em funcionamento? Era o único porque, sui generes, a Triunfo operava com um só veículo (“dirigível”) e merecia destaque? Era o único porque os outros já se tinham ido à (cidade de) Manaus e à (cidade de) São Luís?

Essas dúvidas serão dirimidas pelos comentaristas que dominam o inglês e os guardiões da documentação histórica de Belém. Melhor seria se tivéssemos mais e melhores "figurinhas". Contudo, mesmo na falta de evidências, apostaríamos que a LIFE chegou tarde demais para registrar os exclusivos zepelins e perseguiu o último Triunfo pela Cidade, dando-lhe destaque ao ineditismo, principal valor de uma obra de arte.

De volta ao “Tesouro Aberto”, como O GLOBO se referiu aos arquivos imagéticos da LIFE, buscamos “Belem, Brazil” e obtivemos 12 resultados, incluindo os já mencionados e aqui discutidos.
Oito fotografias são de 1943 tiradas por Thomas D. Mcavoy e uma, isolada, de 1940, feita por Hart Presto, com ponto de vista na Baía do Guajará, focando o Forte do Castelo e seu entorno. Essa, mesmo fora de contexto, e, parecendo diletantismo de viajante, vai aqui postada:


Baía do Guajará em 1940: Hart Presto, de um navio, capturava o Forte do Castelo.

As dose fotos de dito “livre acesso” são enganosas porque a LIFE disponibiliza o material em baixa resolução, cobrando dólares nas “encomendas” com qualidade.
A LIFE/GOOGLE é um mostruário, um catálogo comercial que não ajuda em nada os internautas quinhoístas; ao contrário, canaliza a originalidade da memória preservada aos veículos de comunicação endinheirados, como foi o caso do jornal carioca, que deve ter desembolsado significativos dólares, para publicar com exclusividade, a foto inédita do já morto Dmitri Kessel.
Agradecemos ao Nikollas Ramos do Blog Carros Antigos que, na contra-mão da sovinice da revista LIFE, não mediu esforços para propiciar acesso às imagens publicadas em O GLOBO, com boa resolução na Web. A divulgação de reproduções virtuais de estampas de interesse cultural público deveria ser prática solidária e habitual na Rede Mundial de Computadores; dando aos originais reais e datados, o valor imensurável que possuem: tanto pelo simples mérito, quanto pela genialidade de seus autores — aí sim, que se pague caro, pela qualidade física, o resgate; e absolutamente nada pelo direito do uso de uma mera cópia.


*Dmitri Kessel estava com 55 anos quando fez as fotos de Belém. Russo ucraniano imigrou com 21 anos para os Estados Unidos. Correspondente de guerra e fotografo de combate, não voltaria com as mãos abanando à revista LIFE — bem montou a cena para registrar o que lhe havia mandado o magazine estadunidense.

Postscriptum em 19 de janeiro de 2009 (como resposta aos comentários):

“Como é o caso da foto do Zep na rodoviária ou posto de gasolina, não sei ao certo.” (Nickollas Ramos)
“Acho Haroldo, sem ter muita certeza disso, que a *cobertura modernosa* que se vê na foto, é uma parte de um *clipper* de ônibus que havia por ali.” (jaime Bibas)

O comentário do Jaime Bibas suprime a dúvida do Nickollas Ramos e a imagem abaixo, uma das que compõem o álbum "Belém do Pará: fotos do início da década de 1970.", ratifica o dito do Bibas. Nessa visão aérea do Ver-o-peso nota-se que há três "'clipper' de ônibus" circunvizinhos que permaneceram de pé, pelo menos, até o início da década de 1970:

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Escritora paraense no CRONÓPIOS.

A escritora paraense Maria Stella Facióla Pessôa Guimarães estreou no portal CRONÓPIOS (http://www.cronopios.com.br/site/default.asp), cult da vanguarda literária paulistana. Conhecida em Belém como Stella Pessôa, a premiada autora de nome comprido, assina, no site, Stella Guimarães.
Sugerimos a ela que solicitasse correção aos editores senão, daqui a pouco, a chamarão de Stella Hayworth.
Segue o conto publicado em CRONÓPIOS com diagramação e ilustração desiguais à daquela conceituada página da Web — o link, abaixo do texto, levará direto os ledores a prestigiar uma apresentação profissional e o currículo da contista e, também, acessar o BLOG DO TEXTO (dela) (http://www.cronopios.com.br/blogdotexto/blog.asp?id=3748):

VOZ SENSUAL

“Mas bem que nós fomos muito felizes
Só durante o prelúdio
Gargalhadas e lágrimas
Até irmos pra o estúdio
Mas na hora da cama nada pintou direito.”
(Eclipse oculto / Caetano Veloso)

Sexo, para Luís, precisava de imagem. Fantasias sexuais! Era assim, fantasioso, quando ele estava acompanhado. Também era assim quando ele, entre vaso e azulejos, sozinho fazia medrar sua volúpia. Até o ápice. A fantasia não deixava Luís. Até o gozo.
Sempre o mesmo excitante: Gilda. “There never was a woman like Gilda!”.
Luís ao lado de Sílvia, Luís ao lado de Júlia Maria, Luís ao lado de Carla, Luís ao lado de Vitória, Luís ao lado de Madalena... Ou no papel de onanista, a engendrar com primor o atrito mais alucinante. Em qualquer ocasião, a vida toda, na cabeça de Luís só havia o strip-tease da ondulante Gilda — o lento deslize da luva negra, o colo descoberto pelo decote, o pêlo e o contrapelo, o fecho da cena com “I’m not very good at zippers” e, muito mais que tudo isso, a voz sedutora de “Put the blame on Mame, boys! / Put de blame on Mame!”. E prazer... E deleite...
Aos vinte anos, Luís amou Gilda. Aos trinta, Gilda. Aos quarenta e cinqüenta, Gilda. Luís não se casou. Nada fixo. Queria liberdade. Não queria filhos. De jeito nenhum. Trocava ambientes, luzes, parceiras, cúmplices, situações e circunstâncias. Variava e alternava na prática. Com esmero, alternava e variava o palco, no corpo a corpo ou na solidão dos interlúdios. Mas havia uma espécie de fidelidade de Luís — da imaginação de Luís — à personagem cinematográfica de Rita Hayworth embalada por “Put the blame on Mame, boys! / Put de blame on Mame!”.
Um dia, pela manhã, Luís leu nos jornais:
—Respeitados pesquisadores e cientistas da Universidade do Estado de Nova York desenvolveram abrangedora experiência e acabam de concluir desses estudos que a voz da mulher fica mais atraente exatamente quando ela está no auge do período fértil.
Luís ficou penseroso e murmurou com os seus botões:
—Bela voz? Voz sensual! “Put the blame on Mame, boys! / Put de blame on Mame!”. Gorjeio mais sexy no período fértil? Filhos? Nem pensar...
À noite, o interfone tilinta. Vera sobe. Vera chega. Para Luís, é Gilda — à vera.
Champagne, cristal, porcelana, prata, frios, espelhos, linho, abat-jour, coxins. Vera — ou Gilda — e Luís. Toques. Nudez. Cheiros. Resvalos. Descobertas. Sussurros. Arrepios. Preliminares. Quase... Em transe, Luís ouve a fantasia do apelo sensual: “Put the blame on Mame, boys! / Put de blame on Mame!”. Quase... Quase... A pino. Mas, na hora a pino, como uma assombração, a notícia do jornal usurpa o devaneio de Luís e queda sua libido. Malogro.
(
http://www.cronopios.com.br/site/prosa.asp?id=3748)
BLOG HB
Apostamos no blog da Stella Pessôa: ainda em experimentação, mas já linkado no HB.
Ela, atenta, vez por outra conserta uns tantos vacilos de escrita por aqui.

World Social Forum 2009 — estruturas efêmeras são montadas na UFPA.

Campus se prepara para participantes:
O Campus do Guamá está quase pronto para receber os 80 mil participantes do FSM. A programação de eventos ocupará os espaços do Campus da UFPA, da Escola de Aplicação e da UFRA, onde será montado o Acampamento Intercontinental da Juventude. A Prefeitura da UFPA está concluindo as últimas das 16 obras de infra-estrutura, acordadas com a organização geral do Fórum desde abril. Os recursos para realização das obras, porém, só foram repassados na segunda quinzena do mês de outubro. Entre elas, chama atenção a construção de um porto hidroviário no Campus da UFPA, contendo passarelas, rampa e flutuante com estruturas de concreto, madeira, ferro e cobertura.
As obras de infra-estrutura estão orçadas em R$ 6,7 milhões. Entre elas, há recuperação do sistema de abastecimento de água; melhoria paisagística; construção de praça de alimentação; reforço da iluminação; pavimentação e recuperação de vias.
A duplicação da Avenida Perimetral e a construção do novo terminal de ônibus, sob responsabilidade do Governo do Estado, por meio da Cohab, facilitarão o trânsito durante o evento. A Prefeitura da UFPA participou deste trabalho ao ceder uma área para alocação das famílias remanejadas da margem da Perimetral. Além de servirem ao grande evento, as obras relacionadas se constituem em melhorias para a UFPA em função de seu caráter permanente.” (
http://www.ufpa.br/beiradorio/rep1.html)

O texto acima, parte da matéria feita pelo jornalista Walter Pinto, publicada no Beira do Rio (Ano VII. Nº68, Janeiro de 2009), jornal da Universidade Federal do Pará, foi referência a esta postagem. Registramos na segunda-feira, dia 12, por quantas andam as montagens das "Ocas Hightech" (assim chamadas por Ronaldo Moraes Rêgo) na Universidade Federal do Pará. As fotos, de qualidade razoável, podem ser ampliadas.


O "porto hidroviário" (trapiche ou gerência na linguagem ribeirinha) às margens do Guamá será uma obra de caráter provisório no Campus Universitário.

Campus do Guamá* às vesperas do FMS:

Imagens ampliáveis

Monumento erguido ao falecido ex-reitor professor José da Silveira Netto (foto 01) — agora nome do antigo Campus Universitário do Guamá — e estruturas efêmeras cobertas com lona branca: algumas já montadas e outra em fase de alocação no Setorial Básico do Campus I da UFPA, em área próxima à Biblioteca Central.

Imagens ampliáveis

Estruturas já montadas e em fase de acabamento interno. Localizadas entre o Ginásio de Espostes e o Auditório (em obras) — no Setorial Básico do Campus do Guamá.

Imagens ampliáveis


Estruturas do Setorial Profissional do Campus do Gamá (fotos de cima): área próxima aos pavilhões de aula das Ciências Jurídicas (foto 01) e armações ainda sem lona defronte do Laboratório de Química. Abaixo o porto hidroviário do Básico e a tenda montada em fente ao Prédio da Reitoria.

Imagens ampliáveis

Compreenda a configuração do Campus Universitário do Guamá, que engloba o Campus Setorial Básico (Campos I), o Campus Setorial Profissional (Campus II) e o Campus III. Amplie o mapa e localize-se.

*Campus do Guamá: Nada contra a importância de José da Silveira Netto à UFPA. Muitos a tiveram — em maior ou menor grau — no seu projeto, na sua implementação e na sua permanente consagração. Todavia: substituir Campus Universitário do Guamá por Campus Universitário Professor José da Silveira Netto é de uma frescura e um mau gosto medonhos. Puta que nos pariu! Campus do Guamá (e nem carece do termo universitário) além de agradável sonoridade, é de espetacular grafia. À merda essa idéia de jerico: é só não obedecer que vira "letra morta"!

Fotos da UFPA: HB.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

World Social Forum 2009 — Belém/Pará/Brazil.

As pessoas se perguntam: a duplicação da Avenida Perimetral será concluída até o Fórum Social Mundial que iniciará em 27 de janeiro próximo?
Nesses 14 dias restantes é crível que sim, se a promessa foi duplicá-la somente no trecho compreendido entre o portão de acesso ao Campus I pelo Ginásio de Esportes e o final do Terminal de Ônibus do Campus II da Universidade Federal do Pará — istmo do nada a lugar nenhum.
Mais que isso...seria excentricidade de primeiro mundo diante, não só da adversidade climática, mas, do remanejamento dos moradores que, no início da década de 1990, invadiram o logradouro público fronteiriço ao perímetro terrestre da UFPA e áreas adjacentes, também de propriedade da União.
"Com dinheiro obra não pára!" — disse-nos um arquiteto e construtor —, mas não esteve à mão na hora certa para indenizar as famílias que compõem o caótico conglomerado residencial e comercial agregados à Universidade.
Se levarmos em consideração a comparação de dois videoclipes: o primeiro de imagens capturadas no dia 17 de novembro de 2008 e de hoje (12 de janeiro de 2009); com um segundo, feito em 13 de julho de 2007; certamente perceberemos um saldo positivo à urbanização daquele rincão em um ano e meio — ou dois, efetivamente, do “Governo Popular” petista.
O segundo vídeo está em baixa resolução porque, à época, não havia melhor na hospedagem do site Youtube.
As habitações desarranjadas que bloqueavam a percepção da existência do setor desportivo da UFPA (Campus IV?) desapareceram (todas) e ali se faz obras de escoamento, drenagem, terraplenagem, pavimentação, asfaltagem, novo Terminal de Ônibus (lado oposto) em estrutura de aço, uma segunda pista de rodagem e outra ponte sobre o Rio Tucunduba.
A Avenida Perimetral, do terminal de ônibus da UFPA à EMBRAPA, continua a mesma, com mão dupla, mas ganhou uma nova capa de asfalto — mais uniforme — e algum espaço, descontinuado, para acostamento; contudo, acreditar que ela vá de cabo a rabo em duas pistas de quatro vias com canteiro central seria um delírio — mesmo que esse planejamento seja imprescindível à circulação dos citadinos e viandantes, justificando cooperação e parcerias das três esferas executivas à Cidade. A parte mais crítica desse caminho, extremamente perigosa aos habiantes e passantes é entre o Terminal de Ônibus da UFPA e a passagem do linhão da Eletronorte (nos dois fluxos). Uma etapa supra-necessária do projeto que parece ir à gaveta, pois dependerá de um crescimento econômico imune à crises — o que é improvável, ou mesmo: irrealizável; como prevêem cartomantes e quiromantes do sistema financeiro — para garantir os haveres essenciais.
Se a Governadora Ana Júlia Carepa quer resultados positivos em seus feitos político-administrativos, a Perimetral não contará muito nos cálculos, está aquém do farol; menos iluminado ainda é o “videoteipe” (termo antigo esse, em?) de um delegado-geral: calamidade cívica.
Foram duas estiagens, restam mais duas e...fim dos 45' do quarto tempo da partida!
De qualquer forma “O Governo Popular recebe de braços abertos o Fórum Social Mundial”!
Somos obrigados a concordar em gênero, número e grau com o jornalista Augusto Barata, que, sobre outros episódios igualmente contraproducentes, em seu blog disse: “Um espetáculo digno da fictícia Sucupira, na qual reinava imperial Odorico Paraguaçu, o protótipo acabado de político inescrupuloso, que brotou da imaginação do teatrólogo Dias Gomes.”
E haja ribalta à atriz!

Youtube em alta qualidade: http://www.youtube.com/watch?v=6A4cjSWW9LE

Vídeo editado há pouco com imagens de novembro passado e hoje. Se visto no Youtube a partir do link acima, sua resolução terá qualidade bem superior a deste Blog.


Youtube em qualidade mediana: http://www.youtube.com/watch?v=2AqOf2CqtaY

Vídeo feito em julho de 2007. Se visto no Youtube há uma pequena melhora na qualidade das imagens. A filmagem é contínua e vai do portão "Bettina" à Copala; portanto, o espaço registrado no primeiro e mais recente, está contido neste.
BLOG HB
Série "UFPA 2007: Passeios casuais pelo campus do Guamá":
BLOG HB
Postscriptum em 14 de janeiro de 2009:
Algumas informações, necessárias ao entendimento mínimo, foram acrescidas ao texto originalmente postado acima, sem prejuízo ao conteúdo inicial. Notícias veiculadas nos mass media afirmaram que há recursos públicos gerenciados pelas três esferas do poder executivo: federal, estadual e municipal. Entendemos que o Governo Federal, através do PAC* — Plano de Aceleração do Crescimento —, tenha participação majoritária nesse investimento infra-estrutural. Do mesmo modo soubemos que houve atraso no repasse desses recursos, pejudicando a implementação de etapas planejadas.

*PAC: O Plano de Aceleração do Crescimento é a menina dos olhos do Presidente Lula e fará seu segundo anivesário no próximo dia 22 de janeiro. Seu maior problema é a rubrica "Restos a Pagar": recursos que somente são empenhados e sobre os quais não se tem a menor certeza de sua execução.

Obras do Terminal de Ônibus defrone ao Campus II da UFPA: infra-estrutura de transporte com dinheiro do PAC.

Construção da segunda ponte sobre o Tucunduba. Sem ela seria impossível duplicar a Avenida Perimetal no trecho que circunda a Universidade Federal do Pará.

(Publicado às 14:00)

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Belém do Pará: a expiação suprema do cidadão!

Por um triz não perdemos nossos filhos que saíam de uma pizzaria na Boaventura da Silva, próximo à 9 de Janeiro, às 20:30 horas de ontem.
As marcações na foto de satélite do Google (abaixo), feitas a partir das informações dadas por eles ao telefone, mostram o grau de perigo ao qual esses moços foram expostos — todos quatro (dois casais) completando o primeiro ano universitário.
Foram eles testemunhas oculares da parada do automóvel (JUM 0225) do jovem advogado e procurador municipal Marcelo Castelo Branco Iudice (33 anos) feita por um dos assaltantes a uma farmácia às proximidades. Não viram mais porque se abaixaram e rezaram até a sensação de mínima segurança ser “restabelecida” com a presença da ROTAM — Ronda Ostensiva Tática Metropolitana, uma reedição, esperamos que melhorada, do antigo e desatinado PATAM, sem nenhum arcabouço intelectual para combater o crime.
O facínora tentara parar outro carro, que não obedeceu a essa ordem; daí postou-se à frente de Iudice, que trafegava na 9 de Janeiro, depois do cruzamento com a Boaventura. Marcelo rendeu-se ao bandido e desceu do carro, todavia, com um revólver apontado ao peito, foi obrigado a retornar ao veículo, para, em instantes, ser morto — os meninos não viram em que circunstâncias, porque o Polo de Marcelo Iudice é tão peliculado quanto o deles.
O mapa mostra a situação de um veículo em manobra, exatamente onde estavam os garotos: partindo do estacionamento permitido no acostamento da 9 de Janeiro.
Eles escutaram dois tiros e viram um homem correndo passar pela lateral do automóvel (círculo e trajetória verdes), no meio da 9 de Janeiro, tentando parar o primeiro carro (retângulo azul) e, na seqüência, abordando Marcelo (retângulo e trajetória vermelhos). A prudência de aguardar o fechamento do sinal pode lhes ter salvado a vida — caso o vaivém estivesse concluído (retângulo amarelo), seriam eles os abordados pela besta em fuga.
A repetição de acontecimentos funestos em Belém assemelha-se aos bombardeios no Oriente Médio, com um detalhe: nós não possuímos abrigos anti-assalto. Somos todos vulneráveis em qualquer hora do dia, da noite, ou da madrugada.
Em pleno “estado de sítio” às vésperas do Fórum Social Mundial, nossas garantias individuais foram cassadas pela soberania da marginalidade truculenta. Estamos no inferno: vivos ou mortos.
Por um milagre — e sempre tal prodígio será atribuído à Nossa Senhora de Nazaré, por mais agnóstico que sejamos — não perdemos um dos nossos; contudo, há uma família em luto, que não foi beneficiada pela mesma sorte. ESTA É A GRANDE MERDA!
Pela semelhança do sobrenome completo o rapaz seria irmão mais novo de uma ex-aluna de 1988; mas, por cautela, não nos arriscamos citá-la. De todo modo transmitimos nossos pesares aos parentes e amigos do Marcelo — que nos é hoje muito íntimo porque por ele choramos, e muito. Este post foi redigido em incontinência lacrimal!
Providências emergenciais devem ser tomadas como proposições radicais básicas:
1. Se é uma guerra declarada, que todos possamos portar armas em coldres!
2. É crime inafiançável utilizar películas em veículos automotivos: que todos mostrem suas caras: feias ou bonitas!
3. Polícia tem que estar nas ruas 24 horas por dia em revezamento absoluto, dando garantias ao cidadão documentado!
4. A inteligência deve ser a alça de mira da polícia — e que ela esqueça a “merenda” preguiçosa no fechamento dos bares. Esses ficam abertos para que a Cidade tenha uma vida normal em tempo integral!
5. Policiamento efetivo nos cruzamentos das vias — ararinhas multam sorrateiramente, mas não possuem nenhuma autoridade policial! (Nem os agentes da CTBEL, porque caneta não intimida marginal!)
6. Privatização do sistema penitenciário: bandido tem que trabalhar duro para sobreviver, tal qual o cidadão comum!
Pedimos perdão aos leitores pelo ódio que transbordamos.
Mas esta deve “ser a gota d’água”!!!

As imagens mostram os instantes que precederam o ataque a Marcelo Iudice, que "ocorrerá" no exato momento em que o círculo (assaltante) verde e o retângulo vermelho (Polo) se "cruzarem" em um raciocínio de animação. Até essa abordagen houve acompanhamento visual, depois os moços se agacharam e nada mais viram. O carro de Marcelo Iudice parou alguns metros antes do posto de gasolina da esquina da 9 de Janeiro com a Domingos Marreiros — o que ocorreu no carro não foi visto, nem de que modo o ladrão nele adentrou.
Não há proporção no conjunto porque a escala da cena é diferente da dos automóveis e do assaltante. As duas ilustrações ampliáveis são só uma sugestão da localização do fatídico acontecimento.
BLOG HB
Postscriptum em 10 de janeiro de 2009 (como resposta aos comentários):
Houve a correção devida, com referência em matéria publicada em O Liberal, da idade de Marcelo Castelo Branco Iudice: de 28 anos, assim escrito anteriormente, para 33, atualizado no corpo do post.
A respeito de "se o blog erra no que diz" (comentário de André Simão de Lima): reproduzimos com a máxima fidelidade o que nos foi dito por dois dos quatro jovens. O comentário de Tomaz Penner, ocupante do veículo em questão, ratifica o conteúdo da postagem. Ele nos disse que o advogado chegou a sair do Polo, com as mãos pra cima, mas, como o assaltante encostou a arma em seu peito, Marcelo retornou ao volante. Se havia outro à porta do carona de Iudice, ou como o abordador entrou no Polo, isso não foi visto por eles, porque, na tentativa de se defender dos tiros, todos se abaixaram, e nessa posição permaneceram por alguns minutos após a passagem da ROTAM, com pânico de que, em confronto inevitável entre polícia e bandido, fossem alvejados.
A intenção deste post foi o desafogo de uma angústia particular extensiva à falta de Segurança Pública em Belém do Pará. Vemos que este seja um pedaço da história, um ponto de vista da cena dantesca a partir dos olhos de Penner, que estava no banco de trás de outro automóvel. Se por ventura houve confusão no relato, isso é plenamente perdoável; afinal eles foram preparados, pela família e escola, para enfrentar uma vida socialmente digna e não para cobrir, jornalisticamente, o front de uma guerra urbana.
P.S.1: O post tornou-se público no início da madrugada de quinta-feira, com percepção física do local, à meia-noite (24 horas do dia 7), para elaboração do croqui eletrônico; portanto, fizemos de tudo para não cometer erros.
P.S.2: O Fórum Social Mundial promete muitos problemas para Belém: pelo visto há um maciço investimento do crime organizado para desestabilizar o poder instituído. Que a polícia passe a fiscalizar os ônibus inter-estaduais pois, pela lógica, seriam potenciais abastecedores da Cidade com dinheiro, armas e munições. A força policial paraense, em inteligência, está muito aquém dos bandidos — que bem sabem utilizar as novíssimas tecnologias de informação.
P.S.3: Os fatores determinantes da violência, sabemos, são hitórico-estruturais, contudo, não é possível resolvê-los somente para o futuro; há necessidade de coibir os efeitos das etupidezes remotas, para que os agentes que enxergam "lá na frente" não morram antes de fazer o traçado do melhor caminho.
P.S.4: As chuvas, costumeiras e torrenciais no verão do norte do país, onde Belém do Pará está localizada, são um elemento climático favorável ao crime. Nesses momentos os beijus da polícia se escondem, mas os bandidos, que têm tática de assalto "aquático", são os donos da Cidade engarrafada. Outro tipo de fardamento e óculos de piscina deveriam ser providenciados aos soldados da PM — Polícia Militar.
(Publicado às 10:20)