sexta-feira, 27 de março de 2009

UFPA: um factóide obsceno.

É indecente o aumento do número de capítulos na novela SUCESSÃO À REITORIA da Universidade Federal do Pará.
Na próxima segunda-feira, dia 30 de março, o Conselho Universitário mais uma vez mexerá nessa panela azeda.
O Ministério da Educação "obriga expressamente"* que o resultado das urnas se ajuste à Lei 9192 de 1995 (
http://www.pedagogiaemfoco.pro.br/l9192_95.htm.) que determina em um universo numérico entre 0 (zero) e 10 (dez) que o valor de um voto de professor seja 7 (sete) e os votos de alunos e funcionários valham 1,5 (um e meio) cada — é a famigerada e tortuosa Lei dos 70%.
Uma consulta à Comunidade Universitária que levou em consideração a organização e discernimento político das três categorias (docentes, discentes e técnico-administrativos) apontou os vencedores. O Conselho Universitário — que tem composição à semelhança da Lei — homologou essa escolha coletiva, entretanto, a amargura e o terror dos derrotados traz de volta o zumbi putrefato à mesa do necrotério do CONSUN.
Exumar um cadáver do que pereceu às vistas do mundo para uma necropsia é ridículo. O atestado de óbito foi assinado publicamente às 16 horas do dia 22 de dezembro de 2008. Causa mortis: INANIÇÃO.
Expor a carniça aos olfatos alheios foi uma segunda manobra da estratégia em desespero para alcançar o poder na UFPA. A primeira foi não formatar, à revelia do Conselho, a lista tríplice no modelo EXIGIDO pelo MEC. A derradeira manigância será tentar transformar o CONSUN em picadeiro.
Os derrotados no pleito e no CONSUN alimentam-se de uma única e soberba esperança em Brasília: a influência que Alex Bolonha Fiúza de Mello exerce no Ministério da Educação.
É de se esperar que o atual reitor da UFPA se gabe de pertencer ao Conselho Nacional de Educação e de gozar de prestígio naquele Ministério — esse é o seu currículo, essa é a sua história pessoal.
Contudo, seria abominável imaginar que o magnífico venha a “mexer os pauzinhos” para catapultar os perdedores à reitoria da Universidade.
Atitude dessa natureza afogaria Alex Bolonha Fiúza de Mello na lama dos fósseis.
O Conselho Universitário é legislador e ao mesmo tempo o supremo tribunal da Universidade Federal do Pará, desse modo, à sua deliberação não cabem recursos; portanto, nada fará o CONSUN contra si.
Mudar o resultado do sufrágio seria um despautério inaceitável. Seria negar a AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA garantida pela Constituição Federal. Seria abrir mão da liberdade (intelectual) — bem tão inalienável quanto a vida (da Universidade).

Obriga expressamente*: termo usado em “Carta Aberta ao CONSUN” redigida por um dos componentes da chapa derrotada ainda insatisfeito. Se o "obriga expressamente" foi utilizado no documento do MEC, é um demonstrativo que o Ministério da Educação não se adaptou às mudanças de um país que execrou uma Ditadura Militar perseguidora e assassina de seus contraditores. Contudo, se essa foi a interpretação do autor da missiva, lamentamos que sua ideologia esteja atrelada aos Atos Institucionais, particularmente ao AI-5 de 13 de dezembro de 1968 — o ano que não terminou para Zuenir Ventura.

A Autonomia Universitária é uma garantia constitucional, portanto, uma lei que determina como uma universidade deve votar, desrespeita a Carta Magna do país (http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constitui%C3%A7ao.htm).
Ou seja: a Lei 9192/95 é tacitamente inconstitucional.

9 comentários:

  1. li seu artigo no blog do barata e vim conferir seu blog.
    gostei muito da ilustração.
    se me permite uma sugestão, seu blog é muito bonito e deve ser de vanguarda, mas acho que o fundo escuro dificulta um pouco a leitura.
    no mais, parabéns por seu combate pelo respeito à democracia na ufpa.
    democracia é assim, às vezes a gente ganha e às vezes não. Mas não se pode impor nossos candidatos, isso jamais.
    A professora regina não foi a favorita, pela regra escolhida.
    agora, é tentar de novo em 2013 e se o maneschy não fizer o sucessor e quiser dar golpe, pau nele.

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  2. É isso mesmo Baleixe. A Constituição Federal garante a Autonomia Universitária. O Fernando Henrique fabricou essa Leizinha ordinária que vai de encontro à Lei Máxima. A Lei dos 70% serve aos interesses do poder. O voto paritário é o justo porque, trabalhando com o universo das categorias dos votantes no denominador da fórmula, faz com que os mesmos se mobilizem para eleger os seus candidatos. Funcionário e professores com 15% não fariam frente aos professores com 70%, o que seria um absurdo sem definição - a UFPA só tem professores, não tem alunos e funcionários, não?.
    Esse reitor que se diz democrático deveria se envergonhar desse papel de palhaço carequinha.
    Essa cretina da Regina Feio deveria mandar o e-mail com as planilhas do passado para a vovozinha dela. Nunca havia enviado e-mail, agora, entope as caixas dos outros sem permissão.
    Que corja, que corja, dá vontade de vomitar!

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  3. O Fiúza faz a barba com plaina. É muito cara de pau esse sujeitinho.
    Ele quer confusão. Está louco para pegar uma tapa nas fuças e dizer que há truculência na UFPA.
    Tá provocando, tá provocando.
    Uma galera já ensaiou as vaias que ele pegará amanhã. Botou a cara, vaião nele.
    Deixará a reitoria da UFPA todo enlameado, ou, pior, besuntado de excrementos.
    Larga o osso Xela, larga o osso.
    Me admiro dessa feiosa, querer ser reitora na marra. A merreca que ela conseguiu, mesmo com a máquina a todo vapor, veio do Licurgo e de mais ninguém.
    Aliás, essa filhota de belzebu não perdeu somente para o Maneschy, perdeu para todos os outros candidatos - foi a maior vergonha.

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  4. Acho bom conterem os ânimos.
    De nada adianta jogar merda na Geni e arriscar o Consun e a nomeação do candidato de vocês.
    Aliás, o que o reitor quer é mesmo que façam algo assim pra ele ir chorando lá com o mec dizer que é preciso meter pro-tempore e intervir na ufpa.
    cuidado, muito cuidado, gente.

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  5. Pelo que tenho observado nas discussões acerca desse tema tão rico em fantasia de mau gosto e tão pobre em dignidade e boa fé (a aguardada reunião do CONSUN de 30 de março), há uma tendência a nivelar por baixo o caráter de TODOS os professores lotados no "tal" ICA. Como docente (à revelia) deste instituto, em momento algum, EM MOMENTO ALGUM, sinto-me representado por tão inglória luta travada pelo seu diretor. Assim, gostaria que tal generalização não avançasse. Estou do lado das regras acordadas anteriormente à consulta e considero o que se instalou não uma tentativa de golpe e sim o GOLPE em si já instalado. O clima é de guerra e a batalha final será travada na segunda, 30 de março. E que o bom senso triunfe mais uma vez.

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  6. Estou a caminho do CONSUN, sou uma conselheira desatrelada dos interesses do reitor.
    Li há pouco a entrevista das Páginas Amarelas da revista Veja.
    O pesquisador americano analisa os PSICOPATAS.
    O comportamento de Alex bem se enquadra (alíás se enquadra plenamente) nos sintomas típicos dessa enfermidade que acomente 1% da população mundial: cinismo e manipulação.
    Votarei em paz com minha consciência e em prol da manutenção dos acordos honestos já firmados - para isso fui eleita pelos meus pares.
    Não conheço nenhum conselheiro, à exceção dos pertencentes à chapa da professora Regina, que pretenda manchar sua imagem em tempo real na WEB.
    O presidente do Conselho deveria respeitar seus pares, garantindo a ordem e lisura em todo e qualquer processo democrático. É o que dele esperamos, no mínimo e unicamente.
    Parabém a você, ao Edir Veiga e ao Augusto Barata; vocês prestam um serviço de suma importância à sociedade mundial.

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  7. A propósito...quer dizer que cinismo e manipulação são comportamentos típicos dos PSICOPATAS, é?!! Pôxa (vale essa digressão)eu conheço muito bem pelo menos mais um desses na nossa universidade. Quando chegaremos ao estado democrático desse jeito?

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  8. O Magnífico Reitor é um mau caráter (atemporal), o Diretor do ICA é um mau caráter (atemporal), o ICA é um mau caráter (atemporal) e eu sou um merda intempestivo!!! Logo, continuemos assim!

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  9. José Alex Afonso Fiúza de Mello Medeiros é uma gosma vagabunda que derreteu na lava, estéril, da história possível da UFPA. Extinção tardia, como a das as goiabas marrons... quem as quer?! (ainda há quem as quer). Estamos prontos. Venham, patifes!!!

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