segunda-feira, 13 de abril de 2009

ILES DU SALUT — Guiana Francesa — 1922.

Esta é uma postagem cega e ao mesmo tempo fonte primária de pesquisa na Web. Em álbum intitulado ILES DU SALUT — GUIANA FRANCESA — 1922 (http://picasaweb.google.com/HaroldoBaleixe/ILESDUSALUTGuianaFrancesa1922#slideshow), publicamos 29 (vinte e nove) desenhos a partir dos inéditos em papel de boa gramatura — próximo ao formato A-4 — tratados em técnica mista: nanquim, têmpera, lápis de cor (pastel, ou lápis dermatográfico, ou sanguínea), etc. (para o que não se sabe) com unidade e variedade identificadoras de estilo.
As obras estão em estado razoável de conservação, apesar do abandono ao qual foram relegadas. Essas imagens registraram o cotidiano nas “Ilhas de Salvação” da Guiana Francesa em ano calculado como 1922 — há um calendário em uma das gravuras e o autor demonstra fidelidade, mesmo que satírica, em suas anotações.
Não cremos na tese das iconografias terem sido concebidas fora daquele locus. Ao todo são 33 (trinta e três) cartuns legendados, sendo que quatro deles não foram digitalizados por encontrarem-se em situação de risco — estão emoldurados com vidro em contato direto com o papel; resolvido tal problema, serão eles anexados a este material. Nas legendas dos slides reproduzimos a grafia perceptível nos originais, em língua francesa. Com o intuito de evitar avarias, parte dos dizeres — início e fim — não são vistos, o que torna o legendamento do álbum fundamental. O Google Tradutor (http://translate.google.com/) e a paciência minimizam dificuldades com qualquer idioma, portanto, este post não é exclusivo aos ledores de Astérix. Outra sinuca — por isso dissemos “que esta é uma postagem cega” — está na identificação do autor dessas crônicas visuais: como em todas as inscrições ele usa letra de forma, é impossível distinguir que letras compõem suas iniciais cursivas. Se for “S” e não “L” há a possibilidade de SEGUIN ser um auto-retrato — uma vaga hipótese, mas que não deve ser refutada, já que SEGUIN usa um tinteiro e anota em posição quase vertical, típica da pintura de cavalete.
SEGUIN é o "designador dos tabalhos", não o "designador dos trabalhos FORÇADOS" — uma chave entre a discrição e a vaidade.
Bem... foda-se... agora é com o mundo:

Detalhe das iniciais maiúsculas (caixa-alta) cursivas do artista: "L" ou "S"? "H" ou "K"?

O calendário está datado em 28 de junho de 1922.

SEGUIN em posição de "pintor de cavalete" com tinteiro ao lado. DENNERY tem um lápis à orelha.

BLOG HB
Os conhecimentos técnicos de representação gráfica poderiam dar regalias a um condenado, ou o desenhista resolvera visitar o "diabo" por conta própria e fazer-lhe a caricatura?
BLOG HB
P.S. As imagens de DENNERY e SEGUIN nesta postagem, distintas das que compõem o álbum ILES DU SALUT, foram digitalizadas por partes, provocando assim uma marcação visível na horizontal de ambas. Fizemos assim para dar a idéia exata da arrumação texto/estampa utilizada pelo autor, inclusive o posicionamento de sua "assinatura", invariavelmente em canto discreto ou equilibrado.

7 comentários:

  1. Aline Parsene (São Paulo)13 de abril de 2009 às 06:02

    Sua postagem provocará pesquisas e manifestação, aguarde:

    1)Jean De Boë
    Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
    Ir para: navegação, pesquisa
    Jean De Boë (Anderlecht, Bruxelas, 20 de março de 1889 — 2 de janeiro de 1974) foi um tipógrafo, anarquista belga que na segunda década do século XX fez parte do Bando Bonnot, uma organização anarquista ilegalista que atuou em uma série de ações criminosas (assaltos e fraudes) contra as elites francesas nos anos de 1911 a 1913.

    2)DE BOË un celebre comparse cambrioleur anarchiste de la bande a bonnot travaux forcés a perpétuité pour vol a main armée et assassinat — est gardien a L'ile du diable du poulaillier a Ulmo condamné a la détention perpétuelle.
    (legenda do seu álbum "Iles du Salut")

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  2. A verdadeira história
    de Papillon
    Laudo da Polícia Federal confirma
    que o famoso prisioneiro francês
    que fugiu da Ilha do Diabo viveu seus
    últimos anos no Brasil e teve sua obra
    roubada pelo escritor Henri Charrière
    Eduardo Hollanda – Boa Vista (RR)
    Ele se tornou famoso mundialmente em 1969, ao publicar o livro Papillon, no qual contava a sua fuga espetacular, ocorrida em 1935, da Ilha do Diabo, o sinistro complexo de presídios que a França mantinha na Guiana Francesa. O sucesso foi ainda maior quando a história do prisioneiro Henri Charrière, o Papillon, chegou às telas dos cinemas em 1971 em uma superprodução de Hollywood, com Steve McQueen no papel principal. Mas Charrière, um homem de poucos estudos, era uma gigantesca farsa. O verdadeiro autor de Papillon foi outro fugitivo, René Belbenoît, um intelectual que falava quatro línguas e liderou um grupo de presos (entre eles Charrière), façanha relatada em seu livro A Ilha do Diabo (Dry guillotine no original, Prêmio Pullitzer de 1938). O sucesso do livro na época fez com que a França terminasse por desativar o presídio por onde passaram (e morreram, em boa parte) milhares de prisioneiros. Depois de fugir para a então Guiana Inglesa, René Belbenoît, o verdadeiro Papillon, radicou-se com seus parceiros em Roraima desde 1940, morrendo em 1978, aos 73 anos, e sendo sepultado na Vila Surumú, no n0orte do Estado, hoje parte da Terra Indígena São Marcos.
    Esse aparente fim obscuro de Belbenoît concluiu uma trajetória de vida cheia de intrigas, 13 anos de desterro (1922-1935) na Ilha do Diabo por assalto, livros de sucesso, identidades falsas, um assalto milionário e muitos negócios com garimpos de ouro, diamantes e metais preciosos. Além, é claro, da história de como os manuscritos dos livros Papillon e Banco, escritos por René Belbenoît na Vila Surumú, acabaram nas mãos de Charrière. Os dois primeiros livros de Belbenoît , Hell on trial e Dry guillotine, foram publicados nos EUA graças à amizade que ele construiu durante anos de correspondência, ainda na prisão, com a escritora americana Blair Niles. Os dois acertaram ainda que um dos fugitivos, de nome desconhecido, deveria seguir para os EUA e assumir a identidade de René Belbenoît, como medida de segurança para o grupo que ficou na América do Sul.
    No cinema: Steve McQueen interpretou Papillon no filme de 1971
    Esse falso René, que morreu em 1959 na Califórnia e teve o corpo cremado, acabou sendo vital para que a verdadeira identidade de Papillon fosse comprovada este ano no Brasil. Foi comparando fotos dos dois com a identidade de Belbenoît, tirada em 1973, que os peritos da Polícia Federal Paulo Quintiliano e Marcelo Ruback, depois de seis meses de trabalho em computador, chegaram à conclusão de que o verdadeiro René, o Papillon (apelido que ganhou na prisão ainda na década de 1920), é o que morreu e está enterrado no Brasil. “Usamos um programa de computador que desenvolvi em minha tese de doutorado e que permite a identificação precisa de pessoas através de imagens faciais”, diz o perito Paulo Quintiliano. “Isso mostra que eu tinha razão ao garantir que Papillon tinha vivido décadas e morrido em Roraima”, comemora o fotógrafo e escritor Platão Arantes, autor de dois livros sobre o caso.
    Alfredo Ferreira Nunes, o professor Parazinho: "Conheci o René em 1943
    e fui seu sócio durante mais de dez anos em garimpos do rio Maú e em outros lugares da região"
    Medo dos alemães – René e seus parceiros, que estavam sendo bem-sucedidos no garimpo de diamantes e de ouro na Guiana Inglesa, decidiram vir para o Brasil em 1940, depois que as tropas de Hitler invadiram a França, deixando o Reino Unido na mira dos nazistas. Preocupado com o domínio alemão, ele convenceu os outros a fugir para o Brasil. O grupo subiu de barco o rio Demerara e depois fez uma caminhada de 23 dias pela mata e pela savana, até chegar às margens do rio Maú. “Eu estava na frente de nossa casa, uma fazenda à beira do rio, quando ouvimos os chamados de um grupo de homens no outro lado. A fazenda de papai era o ponto de passagem no rio Maú e meu pai me mandou pegar a canoa e trazer o pessoal”, conta Rui Meneses, o seu Bebé, 77 anos. Na época, ele tinha 12 anos e ficou admirado com o chefe do grupo, que falava perfeitamente o português, apesar do forte sotaque. Além de René, integravam o grupo Maurice Habert, Joseph Guillermin Marcel, Charrière e Roger.
    http://www.terra.com.br/istoe/1870/internacional/1870_verdadeira_historia_do_papillon.htm

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  3. Do francês Île du Diable, a famigerada colônia penal da França que foi objeto de estudo das gerações futuras, localiza-se próxima a costa da Guiana Francesa, sendo a menor ilha do pequenino arquepélago das Ilhas Salut (Ilhas da Salvação).
    Inaugurada como prisão em 1852 pelo Imperador Napoleão III, tornou-se um dos mais famosos campos de detenção da história, guardando em seus domínios, entre outros, inúmeros presos políticos (os mais famosos sendo Alfred Dreyfus e o anarquista Clément Duval). Junto a Kourou (hoje, uma região em liberdade), cidade na parte continental da colônia, recebeu a denominação de "Ilha do Diabo" dada as condições que inflingia a seus prisioneiros, em geral, tratados de forma desumana, preferindo a morte do que continuar o resto de seus dias sob tais maltratos. Estima-se que cerca de 80.000 pessoas, desde o mais alto cargo até meros ladrões, tenham pisado seu solo infestado por todo tipo de doença que se possa imaginar haver em um lugar "esquecido até mesmo por Deus" (nas palavras de alguns autores, ao se referirem à ilha).
    A única maneira de escapar, afora o trabalho de fugir do cárcere, era atravessando uma densa floresta tropical, o Inferno Verde (Green Hell) e chegar à costa (rochedos há cerca de 40 metros acima do nível do mar em algumas regiões), para apenas então, caso houvesse alguma embarcação no aguardo, poder se ver livre do inferno na Terra (ou ir a nado, o que era uma tarefa quase suicida). Mas não era tudo, pois a terra-firme mais próxima ligava diretamente ao Rio Moroni, conhecido por ser completamente infestado de piranhas. No início, o governo da outra Guiana (holandesa), provia guarida aos fugitivos, mas posteriormente passou a deportá-los novamente para a França, ou então, diretamente à prisão (exceto os de origem ariana-alemã, devido a um acordo com Hitler em 1933, época de sua ascensão). Mais de 50.000 pessoas morreram apenas nesta prisão natural (compare a números atuais, chega a ser um número fora da compreensão humana), onde trabalhavam impiedosamente, independente do calor, humidade e insetos. Caso não atingissem a quota necessária do dia, não recebiam mais do que um pão seco para comer.
    Para se ter idéia dos horrores da ilha, diz-se que certa vez um soldado holandês, ao ouvir gritos no Rio Moroni, foi investigar e ver do que se tratava, já suspeitando ser um prisioneiro. Lá chegando, a visão que teve foi a do mais puro terror: um homem sendo dilacerado em pedaços por um cardume inteiro de piranhas, cada uma arrancando-lhe pedaços do tamanho de uma mão fechada, por cada mordida. Em menos de instantes, não sobrou nada, apenas o esqueleto sob o testemunho do soldado. Além disso, formigas e outros insetos eram razões frequentes dos atestados de óbitos daqueles que tentavam escapar por terra e, como se não bastasse, ainda havia o perigo do canibalismo, cometido pelos próprios priosioneiros uns com os outros, num ato de desespero e loucura. Aliás, loucura esta causada pelo sol excessivo, onde sem mais nem menos, companheiros de cela esfaqueavam-se até a morte como forma de expor seus sentimentos mais primitivos.
    Antes disso tudo, o arquipélado já possuia má fama. Em 1763, 12.000 franceses induzidos a aceitar uma proposta de terras na região de El Dorado nas Guianas, chegaram nas ilhas esperando encontrar ouro e diamantes. Despreparados para o clima tropical, sem habitação apropriada, foram pegos de surpresa por tempestades nativas, enchentes e atacados por mosquitos transmissores de Malária. Em menos de um ano, mais de 10.000 dos que saíram em expedição já haviam morrido.
    Palco de mortes e símbolo da obscuridade humana, a Ilha do Diabo também teve durante seu "reinado", alguns atos corajosos, de homens que saiam nus, correndo pela floresta, completamente desarmados, em busca de alguma salvação. Eventualmente, apesar de todas as adversidades, alguns deles conseguiam seu objetivo maior: ser livre. Vale ressaltar, que a maioria dos que lá se encontravam, por serem presos políticos, eram inocentes, pois apenas eram contra determinadas ações do governo francês na época. Um de seus prisioneiros mais famosos, foi Henri Charriere, que em 1969 publicou o livro mundialmente aclamado, chamado Papillon, narrando toda sua história e sua fuga da ilha. Alguns fatos narrados no livro são até hoje contestados por alguns, mas o fato é que o enredo todo rendeu até um filme multi-premiado nos cinemas. Diz-se que que Charriere sozinho desbravou o Oceano Atlântico durante 60 horas à mercê das ondas, até encontrar por fim, a liberdade. Sua determinação vírou símbolo de que um ser humano prefere sofrer tentando o que deseja, do que passar a sua vida em escravidão, no caso nas "Ilhas da Morte" (como também é conhecido o local). Todavia, a maior obra já publicada sobre a ilha, chama-se "Dry Guillotine", por René Belbenoit, um fugitivo que conseguiu chegar mais longe do que qualquer outro jamais poderia sonhar, passando durante a fuga em lugares como Panamá, Guatemala, México e por fim, Estados Unidos, onde publicou sua obra de grande prestígio. Em menos de dois meses, já haviam sido impressas 14 tiragens do livro, um verdadeiro testemunho de coragem, força, desespero e amor pela vida.
    É interessante notar que toda a crueldade do lugar fora minunciosamente calculada pela nação mais sofisticada da época, a França, sendo a figura dos criminosos nenhum pouco convencional, independente dos padrões da época. De qualquer forma, em 1946, com alguns fatos e verdades vindo à tona, o governo francês suspendeu a parte do código penal que enviava pessoas para a ilha da tortura e, desde então, nunca mais se ouviu falar em Île du Diable. Alguns retornaram à França, outros permaneceram na Guiana, mas o inferno tropical (dentre inúmeros nomes) teve um fim.
    Contrariando as histórias do passado, as Ilhas da Salvação, de onde faz parte a Ilha do Diabo, são hoje um ponto turístico, com algumas regiões vetadas aos visitantes, onde em alguns trechos podemos conhecer um pouco da história do lugar, ou segundo lendas, ainda ouvir os gritos dos prisioneiros que ecoam até hoje.

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  4. “Outro preso famoso foi Charles Ullmo (1882-1957), oficial da Marinha viciado em ópio que roubou segredos militares apenas para sustentar os caprichos da amante, Lison Welsch.”
    (http://www.terra.com.br/istoe/1870/internacional/1870_verdadeira_historia_do_papillon_pop.htm)

    “ULMO ex ensigne de vaisseau — déportation perpétuelle por avoir soustrait et vendu des documents de la marine française.”
    Tradução: Ulmo ex oficial de navio — deportação perpétua por haver subtraído e vendido documentos da Marinha Francesa.
    (http://picasaweb.google.com/HaroldoBaleixe/ILESDUSALUTGuianaFrancesa1922#5323966604693265442)

    Já é o segundo comprovadamente registrado pelo chargista da Ilha do Diabo.

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  5. Na verdade véio, só tinha era bandido nessa Guiana Fracesa.
    Eu estudo francês na Aliança e traduzi. Porra meu, é cada barbaridade. Pena que Americano não fique numa ilha dessas arrodiada de tubarões e rochedos.
    Mas gostei da parada.
    Será que é o zolhudo quem pinta?

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  6. L'Affaire ULLMO
    Amour, espionnage & bagne
    ....Ce triste scandale encore appelé l'affaire Ullmo, se sera déroulé en grande partie à Toulon, port de la Royale, ville de jeux, de filles et d'opium, entre le déplorable complot contre Dreyfus et la guerre de 1914. Pour l'amour d'une fille ensorceleuse par la magnificence d'un corps modelé dans l'éclat du rubis, au charme enjôleur enrichi des atours distingués de grande dame, le jeune officier de marine passera les deux tiers de sa vie, comme pensionnaire du bagne des îles du Salut.
    ....La souvenance collective de cette mélancolique journée se sera embrumée au fil des années, mais restera encore des bribes de chicanes qui auront descendu le temps par les mémoires de certaines vieilles familles du pays. L'homme raconte ce qu'il a ouï-dire, que l'un comme l'autre tient de ses parents ou de ses grands parents, et que l'esplanade Saint Roch, avant la construction de l'actuelle et répugnante prison du même nom, habituellement réservée aux joueurs de boules, avait été pour ce jour, le témoin d'une bien malheureuse dégradation.
    ... L'homme fut réveillé dès l'aube de ce vendredi 12 juin 1908, alors qu'il reposait d'une légère somnolence dans sa geôle de la prison maritime, située non loin de là. Son habit d'officier lui fut remis après qu'il eut absorbé, non sans amertume, le petit déjeuner quotidien. Ses yeux toujours gonflés et rougis par les larmes versées au cours des derniers mois, reflétaient la déprime et le désespoir.
    Très tôt, au petit matin, les gens du peuple venus des quartiers voisins s'étaient rués vers le lieu, arène improvisée, et chacun dans le choix d'une première place, cancaner aux faveurs du sujet. Vociférations de tous genres et des "fouero galèro, fouero galèro" ne tardèrent à fuser de toutes parts pour parvenir en delà les barreaux de la funèbre cellule du célèbre prisonnier. Charles Benjamin Ullmo était né à Lyon, en février 1882, de parents juifs dont le père excellait parmi les commerçants aisés de cette cité déjà fortement industrialisée. A leur mort, il reçut un héritage conséquent qui lui aurait permis, outre sa solde d'officier, de couler des jours heureux. La vie en décida tout autrement lorsqu'il connut la belle Lison, de son vrai nom Marie-Louise Welsch . Il avait tout juste vingt cinq ans, elle, à peine un an de moins que lui, dans cette ville de débauche où l'on respirait à plein poumons l'exhalaison que provoquaient la suite des explosions et incendies, sortie des arsenaux, en ces années dites de " belle époque ". .. Le premier maître Morin dans son éclatant costume, tel un bourreau, déshonorait le supplicié. Un à un il lui arracha les boutons de sa veste d'officier, puis il s'en prit aux galons et le sabre pour terminer. Le tout jeté à terre sous les yeux de la foule enfiévrée, devant laquelle se tenaient tous les corps d'armées claquemurés dans la ville.
    Ullmo dégradé fut remis aux gendarmes et ces derniers l'escortèrent jusqu'à la prison civile qui se situait dans la rue Baudin actuelle, non loin de la place Puget. Il avait été condamné à la déportation à perpétuité vers le bagne des îles du salut, et celle du Diable l'isolera plusieurs années, loin de tout être humain et de la civilisation.
    Mais qui saurait mieux que Bernard Soulhol nous conter par le détail ce que fut la vie et la mort de l'Enseigne de Vaisseau Charles Benjamin Ullmo ? Dans son roman historique, " Lison & Benjamin", à peine romancé pour les scènes d'actions en chambrée que nul autre personnage, si ce n'est le couple, ne pourrait détailler, nous découvrons le Toulon au début du XXè siècle, avec ses cafés, salles de jeux, fumoirs et son théâtre, aux décors pompeux, que fréquentaient en général bon nombre de perfides emphatiques. Un livre de 520 pages qui vous tiendra en haleine depuis le commencement jusqu'à sa fin, où l'on devine l'auteur dans une recherche contemplative à fouiller les documents poussièreux des archives du pays afin de nous verser dans la profonde compréhension, d'une adoration au complot, l'arrestation, le procès qui s'en suivit, l'embarquement sur le Steaner-prison " Loire " de la Société Nantaise de navigation et la vie du condamné sur ces terres lointaines. Lors de notre première rencontre, Bernard Soulhol gravera en ma mémoire un homme devenu écrivain par amour de sa ville natale, mais encore, du quartier du Mourillon qui l'a vu alors jeune enfant gambader dans ses rues empreintes du souvenir des amants que furent Lison & Benjamin.
    Gérard Hartalrich
    Pour les Internautes, lecteurs passionnés, coutumiers du Site Histoire & Généalogie.com, à la demande de son rédacteur en chef en la personne de notre dévoué et ami Thierry Sabot à qui nous devons la découverte des trois photos cartes-postales déposées ci-dessus qui appartiennent au Fonds des Editions Photographiques Marius BAR à Toulon, je me suis rendu chez l'auteur de Lison & Benjamin afin de lui poser les traditionnelles questions.
    Monsieur Bernard Soulhol, pouvez-vous vous présenter, nous décrire votre parcours d'écrivain ?
    Je crains de décevoir trop le lecteur tant la présentation que je peux faire de moi-même n'a rien de commun, sinon la modestie des activités, avec un parcours d'écrivain, ainsi que vous nommez l'écriture et la publication de mon roman historique "Lison & Benjamin." A l'évidence, je n'étais pas programmé pour. Quant à ma présentation, la chose me parait aisée : D'origine quercynoise du haut Ségala par mon père, corse par mes grands-parents maternels, je naquis néanmoins à Toulon dans les années qui précèdèrent la dernière guerre. Ma formation intellectuelle est essentiellement celle d'un autodidacte achevée à l'âge d'adulte par un deuxième cycle de Droit public. J'ai toujours qualifié ce diplôme de permis d'examen et de concours, car mon goût alla toujours à l'Histoire de mes plaisirs. J'ai donc mené jusqu'à l'âge de la retraite une carrière de cadre juridique dans la fonction publique. Je suis marié, père et grand-père.
    Pour mon "parcours d'écrivain," vous me trouverez moins précis et guère plus disert. J'aimais lire, écrire, étudier, écouter la véritable musique. C'était inscrit en moi et dans mes promesses de retraite. A la soixantaine, j'aurai pu en rester là, jouer au papi, écouter mon cher Mozart (et bien d'autres) ou gribouiller pour mon plaisir, "construire" ma généalogie. Je fis tout cela pendant trois ans, mais bientôt je trouvai des limites à cette vie de retraité. Insatisfait, je crus trouver le remède à un certain désenchantement dans la volonté de ne pas renoncer à toute utilité sociale, d'intégrer un autre monde que celui de l'activité improductive. Voici le ressort qui un jour me propulsa devant une table de travail avec la volonté affirmée d'écrire un ouvrage historique. Parisien, j'aurai hanté la bibliothèque nationale, les grandes archives, les musées ; j'aurais écrit sur un grand sujet ; Mais Provincial, et, de plus, Toulonnais, j'allai à mes souvenirs, à la société historique locale, aux archives de la Marine.... Mais je dois surtout à mon grand-père et à mon père, qui connurent tous deux en des moments différents Ullmo ou Marie-Louise Welsch dite "la belle Lison," l'envie d'écrire sous une forme romancée l'histoire tragique de leurs amours. Ce fut "Lison & Benjamin" qu'un éditeur local accepta de publier (1). J'avais inoculé à moi-même le virus de l'écriture ; la fièvre qu'il engendra s'avéra inguérissable....J'ai écrit depuis d'autres livres (non encore édités), dont un roman étranger à l'histoire. J'aurai probablement l'occasion de mieux les évoquer.
    Votre roman historique << Lison & Benjamin >> tiré d'un fait réel, nous décrit une affaire de haute trahison dont fut coupable l'Enseigne de Vaisseau Charles-Benjamin Ullmo. Pourriez-vous nous exposer votre intérêt pour ce sujet ?
    Je crois avoir répondu en partie à cette question. L'affaire Ullmo fut pour moi une souvenance de ma première jeunesse, non pour l'avoir évidemment vêcue, mais par les évocations des vieilles personnes qui adoraient parler de "leur temps." Imaginez un jeune garçon dont les grands-parents furent les voisins de Benjamin Ullmo et de Louise Welsch, dont une vieille amie de sa famille, une repasseuse, posséda longtemps la clientèle d'Ullmo, dont le père connut Lison au Maroc au cours des années vingt dans des lieux mal famés. Imaginez cet enfant qui passa des centaines de fois devant la villa Gléglé, le nid d'amours de Lison et d'Ullmo. N'était-ce pas une motivation suffisante pour souhaîter acquérir sur le couple maudit une meilleure connaissance ? J'avais été ce jeune garçon.....Quand l'âge me permit d'établir un lien entre ce malheureux officier et l'histoire, quand je compris la nature véritable des sentiments d'un homme de ces temps, quand la possibilité de tout connaître de sa triste vie me fut donnée par la presse d'époque et les archives d'une double instruction judiciaire, je n'hésitai plus.
    Quel bilan, quelle conclusion, tirez-vous de votre enquête sur l'affaire Ullmo ? Quel est votre sentiment sur cette affaire ?
    Oh ! j'éprouve le sentiment d'un énorme gâchis ! Ullmo avait toutes les cartes en mains pour réussir une brillante carrière. Entré à seize ans à l'école navale, numéro trois; sorti cinquième. J'ai relevé dans sa promotion les noms célèbres à divers titres d'Esteva et de Gensoul ; dans la promotion suivante ceux de Darlan, de de Laborde et de bien d'autres encore, tous ou presque (sauf Esteva) moins bien classés que lui.....Mais Ullmo avait deux passions qui s'avérèrent être deux vices : l'opium et Lison. Leur association causa sa perte......Ce étant, s'il n'a pas trahi dans le sens complet du terme, ses intentions, la nature des démarches engagées, sa perte totale de dignité expliquent néanmoins la juste inculpation de haute trahison, et motivent parfaitement une lourde condamnation. N'oublions jamais que nous étions en 1907, (le procès est de février 1908), et que l'époque n'était pas aussi "belle" qu'on a bien voulu l'affirmer. La mêche était déjà allumée, et la grande déflagration de 1914 attendue.....J'ai parlé de gâchis. Mais ce gâchis ne toucha pas aux intérêts du pays, la trahison demeurant sans effet. Bien au contraire, et très vite, l'affaire Ullmo s'avéra être le drame d'un seul individu dépassé par son acte ainsi que l'histoire d'une déchéance morale entraînée par la spirale de passions funestes. Avec les affaires Steinhel et Caillaux, elle fut l'un des derniers témoignages, peut-être même le symbole d'une manière de vivre et de penser qui s'attacha davantage aux moeurs du XIXè siècle qu'à ceux du XXè.
    Actuellement, faites-vous des recherches historiques et/ou généalogiques sur un thème particulier.
    Je parlerai très vite des recherches généalogiques. Entreprises entre 1996 et 1999, j'ai buté contre le mur devant lequel tout amateur, équipé de sa seule bonne volonté et de ses moyens propres, un jour se retrouve. Je ne désespère pas de les reprendre un jour. Je ne suis toujours pas en mesure de prouver qu'un de mes ancêtres serait François Mainard (Académie Française, 1635) ; je ne peux qu'espérer être son descendant.....Il en est tout autrement des recherches historiques. Un livre est déjà écrit qui sera proposé à l'édition. Il a pour sujet une affaire (et une erreur) judiciaire célèbre (Toulouse: L'affaire Combette-Léotade -1847-1848) suivie par la vie et la mort du forçat Bonafous au bagne (Toulon:1848-1850)......Actuellement, un nouvel ouvrage est en préparation (les deux tiers sont rédigés). Je romance la triste histoire d'un maire de Toulon, le plus jeune que la ville ait jamais eu (Fouroux, 1888-1890), condamné aux assises de Draguignan (janvier 1891) pour complicité d'avortement.....Le premier, qui a reçu pour titre "La balance et la croix," met en scène à la fin de la monarchie de juillet deux forces opposées, la justice et l'Eglise. Dans la défense de leurs intérêts propres, elles enfantèrent une erreur judiciaire monstrueuse qui envoya au bagne de Toulon pour y mourir misérablement dans les fers un pauvre diable de frère ignorantin......Le second est une démonstration presque caricaturale de ce qu'était, au début de la IIIè République, les moeurs des milieux politiques et bourgeois de la province. Il est au stade de sa rédaction, sans titre.
    Certains auteurs comparent l'affaire Ullmo à l'affaire Dreyfus, voire même à l'affaire Mata-Hari, qu'en pensez-vous ?
    ..........Je pense qu'ils ont tort. Sinon pour les opposer, toute comparaison me parait sans objet. Je veux bien reconnaitre entre ces affaires quelques points de similitude dénués d'intérêt : Elles ont été jugées toutes les trois par des Cours militaires, deux en temps de paix, une en temps de guerre (Mata-Hari) et deux d'entre elles ont mis en cause un officier juif (Dreyfus et Ullmo). Là s'arrêtent les points communs.
    ..........Dreyfus fut la victime innocente et hautement morale d'une erreur bien vite camouflée en mensonge d'Etat, qu'élabora cyniquement le Grand Etat major, et que nourrit l'esprit antisémite du moment. L'Histoire ne fera pas le procès de Dreyfus mais bien celui des accusateurs.
    ..........Mata-Hari fut une intrigante sans grand pouvoir mais non sans ambition et sans vénalité, qui espionna peu de choses, qui trahit guère plus, mais qui ne fut néanmoins pas l'innocente qu'on s'efforça, avec le temps, de nous montrer. Toutefois, son exécution, même si l'on tient compte du climat très particulier de l'époque, demeurera à jamais le type même du crime judiciaire commis "pour l'exemple."
    ..........Ullmo ne fut rien de tout cela. Il fut un coupable avéré, justement reconnu, qui souffrit davantage de ses passions, de sa faiblesse de caractère et de l'abaissement de son sens moral que de son judaïsme. On saurait le comprendre ; on ne pourra jamais l'excuser.

    -1- Lison & Benjamin - Toulon et l'affaire Ullmo (1905-1908) - Les Presses du Midi Editeurs, 121 avenue d'Orient, 83100 Toulon (tél: 04 94 16 90 20 - Fax: 04 94 16 90 29 ).


    Merci à Bernard Soulhol cet admirable Provençal comme je les aime, d'avoir accepté avec autant d'obligeance ma présence à l'écoute de ses récits, détenteur d'un trésor dans la connaissance du passé Historique de notre région qu'on ne se lasserait d'ouïr. J'ai lu " La balance et la croix " alors qu'il n'est pas encore édité, une histoire attristante qui vous émeut au plus profond de votre être et qui vous portera confus à l'analyse du nombre des erreurs judiciaires. Dès sa parution je vous conseille de son achat, un investissement que vous ne regretterez pas.

    Gérard Hartalrich

    Les 3 photos ci-dessus appartiennent au Fonds des Editions photographiques

    Marius Bar

    8, place Marie Curie 83000 Toulon ; Tél. 04 94 36 71 39 ; Fax. 04 94 36 71 51

    mariusbarphoto@libertysurf.fr

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  7. Prezado Haroldo

    RENÈ BELBENOIT


    Ainda se acredita que René Belbenoit está sepultado em Lucerne Valley California Estados Unidos, quero respeitosamente informá-lo que já foi comprovado que o homem sepultados, não é o verdadeiro René Belbenoit, tudo não passou de uma grande farsa da literatura mundial.

    Estou ha 15 anos investigando esse caso!

    Foram realizadas quatro pericias a mais recente a dos Peritos Federais Brasileiros considerados os melhores de todo o planeta! Verdades que eles fizeram questão de divulgar em seu site, com este titulo: - PERITO DA POLICIA FEDERAL ENCONTRA EM RORAIMA O VERDADEIRO PAPILLON http://plataopapillon.com.br/papillon/index.php?option=com_content&task=view&id=1&Itemid=1

    EL DORADO A GRANDE MENTIRA DE HENRI CHARRIÈRE:

    http://74.125.47.132/search?q=cache:99_u28VbyGgJ:www.jornalorebate.com/colunistas2/pla1.htm+El+Dorado%2BPapillon&cd=2&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br

    BLOG PAPILLON

    http://74.125.95.132/search?q=cache:NnZGR8PfZ_kJ:www.plataopapillon.blogspot.com/+Normandia%2BPapillon&cd=13&hl=pt-BR&ct=clnk&gl=br

    Favor divulgar essa verdade

    Aguardo contato

    Platão Arantes

    Jornalista registro profissional 1.093 FENAJ

    plataopapillon@gmail.com

    0xx (95) 81129898

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