terça-feira, 10 de novembro de 2009

Barrrados no Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá.

O Blog HB, privado que é, tem executado, de modo amador e por instrumentos precários, registros de construções ou modificações de cenários urbanos  memórias da Cidade.
Um fazer cego só para ver em que bicho dará: experimentos.
Não foi diferente há pouco, às 10:10h da manhã.
Após uma aula no Ateliê de Arquitetura e Urbanismo, seguimos para registrar o Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá  um condomínio que abrigará centros de pesquisas em diversos seguimentos.
Nos lotes cedidos por convênio pela Universidade Federal do Pará ao Governo do Estado do Pará surge o prédio do INPE  Instituto Nacional de Pesquisa Espacial , e futuramente o da VALE  Companhia Vale do Rio Doce ; dentre outras edificações, inclusive de infraestrutura e apoio do complexo, que brotarão nos meses e anos vindouros.
No tempo presente as picadas na mata transformam-se em arruamento, uma medição de forças entre homem e natureza que merece ser acompanhada e guardada por fotografias e vídeos; ato negligenciado, talvez por falta de recursos ou equipamentos, quando o CAMPUS DO GUAMÁ estava nessa mesma fase, a de implementação.
Começamos a filmar próximo à saída do portão Bettina onde é possível enxergar as clareiras e o movimento de tratores e caminhões.
Identificamo-nos solicitando passagem ao encarregado do “edifício fronteira”, que  nos foi  concedida com simpatia por aquele distinto e humilde mestre de obras.
Seguimos de moto sobre a pista de piçarra a registrar o trabalho de aterro e terraplenagem, contudo, um automóvel Honda Civic nos interceptou, indagando o que ali fazíamos; explicamos tudo e novamente nos identificamos.
Fomos informados pelo condutor do Civic que a UFPA é a responsável pela segurança da obra e que a nossa presença seria estranha naquele local.
Dissemos que desconhecíamos o procedimento e perguntamos qual seria a solução viável, uma vez que o professor do curso de Engenharia Civil citado por ele como coordenador dessa segurança nos era notório.
Esse “fiscal condominial” (função hipotética) trouxe até nós um membro da referida equipe, com quem conversávamos ao mesmo tempo em que capturávamos as imagens, dando-lhe explicações do que faríamos com aquele material.
O celular desse moço tocou, era outro integrante da segurança, também docente da UFPA.
Disse-nos ao telefone que ele não estaria autorizado a autorizar fotos ou filmes da área.
Imagináramos que a questão residisse no perigo que corríamos com o tráfego de máquinas pesadas na lama.
Perguntamo-lhe então se aquele empreendimento seria secreto ou privado, já que estaríamos proibidos de documentá-lo, pois "uma ou duas fotos" como "concessão" seria exatamente o mesmo que PROIBIÇÃO e que isso constaria na postagem do blog.
Ele, irritado, disse que fizéssemos o que quiséssemos e bem entendêssemos (Como assim Bial?).
Compreendemos as aspas do autoritário manda quem pode, obedece quem tem juízo!.
Por isso interrompemos imediatamente as filmagens e comunicamos para nos resguardar de um possível PAD o fato ao diretor da FAU que nos autorizou a publicar o material já coletado: árvores emoldurando vias em compactação que ninguém imaginará onde, no globo terrestre, estarão localizadas; por isso as fotos do Google Earth servindo de bússola aos internautas.
O Blog HB não citou, nem citará nomes, porque acredita em mal-entendidos.
É possível que a nossa trupe (a Mitsuca, a Toni e quem escreve a vocês) tenha aparência de terrorista e o professor-segurança conferido isso pelo seu telemóvel.
Pelo jeito, se estivéssemos de ultraleve, seríamos abatidos por obuses.
Na verdade a "nóia" dos ocupantes do Honda Civic causou essa desavença, afinal, inexistindo segurança em Belém, todos somos bandidos em potencial, inclusive eles próprios: "becados" dentro de um sedã peliculado percorrendo terra-batida e atoleiros, à semelhança da Cosa Nostra.

Conseguimos apenas um "videoclipe do pião doido", pois roda, roda e não sai do lugar. Se não fôssemos barrados como espiões ou sabe-se lá o que, teríamos um documento da obra em execução, matando a curiosidade do povo que a paga.

Postscripitum:
Saiba mais sobre o projeto do Parque de Ciência e Tecnologia do Guamá em postagem do MEIA DOIS NOVE ARQUITETURA E CONSULTORIA.
Ou na página oficial do PCT GUAMÁ.

Postscriptum 02:
Leitores garantem que houve um equívo na postagem: o automóvel dos bacanas não seria um Honda Civic e sim um Honda Accord. 
Como a logo e o design são da mesma montadora, não poderíamos precisar; tivemos a oportunidade de filmá-lo, junto com seus ocupantes, contudo, não era essa a intenção e um ato estúpido não justificaria outro. 

Um comentário:

  1. Haroldo, muito obrigado por mais essa carona que deste no teu blog a um projeto da Meia Dois Nove. Lamento que o "mal entendido" mencionado tenha ocorrido justamente nessa obra, feita tão dentro da nossa casa. Espero que quando toda a poeira baixar - em todos os aspectos - teu excelente trabalho de registro siga sem entraves.
    Grande abraço,
    Bassalo

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